sábado, 14 de agosto de 2010
Discernir entre Deus e as obras de Deus
“É verdade, Jesus é um amigo exigente que indica altas metas... Derrubem as barreiras da superficialidade e do medo, reconhecendo-se como homens e mulheres ‘novos’.
(João Paulo II, XX JMJ, 1997)
Partilho convosco um pequeno trecho do Livro 5 Pães e 2 Peixes, de Dom François Xavier Nguyen Van Thuan. Por 8 anos foi Bispo de Nhatrang, no centro do Vietnã, depois Paulo VI o promoveu a arcebispo-coadjutor de Saigon. Quando os comunistas chegaram a Saigon, o disseram que a sua nomeação era fruto de um complô e, três meses depois, foi preso, em 15 de agosto de 1975 (obs: amanhã fará 35 anos deste acontecimento). Foi libertado após 13 anos. Deixou-nos um grande testemunho de amor, esperança, fé, confiança, dedicação, doação.
No Capítulo 2 deste livro deixa-nos uma grande lição no que diz respeito a DISCERNIR ENTRE DEUS E AS OBRAS DE DEUS. Antes de ser preso era uma pessoa que corria contra o relógio, fazia tudo que lhe era possível para confirmar e desenvolver a Igreja na sua Diocese de Nhatrang, antes que viesse os tempos difíceis. Preocupava-se em aumentar o número de seminaristas maios, de 42 a 147, em 8 anos; de 200 seminaristas menores para 500 em 4 seminários; formação permanente de padres, etc.
E eis que por ordem do Papa Paulo VI, sem ter tido a oportunidade de dizer adeus a todos aqueles com os quais esteve unido pelo mesmo ideal, pela mesma determinação, na partilha das provações como das alegrias.
Depois de tribulações em Saigon foi detido. Afastado de seu bispado. Na cela obscura escuta os sinos da catedral, onde passou 8 anos, a lhe dilacerar o coração. Sofreu isolamento, uma tortura mental, num vazio absoluto, sem trabalho, caminhando dentro da cela de manhã às nove e meia da noite para não ser distraído pela artrose, no limite da loucura.
[...] “Trabalhei 8 anos como bispo, adquiri muita experiência pastoral, e eis que estou isolado, inativo, separado de meu povo, a 1700 quilômetros de distância!” (D. Van Thuan)
Numa noite sentiu uma voz que lhe dizia: “Por que te atormentas assim? Deves distinguir entre Deus e as obras de Deus. Tudo o que realizaste e desejas continuar a fazer: visitas pastorais, formação dos seminaristas, religiosos, religiosas, leigos, jovens, construção de escolas, lares para estudantes, missões para evangelização de não-cristãos... tudo isso é um trabalho excelente, são obras de Deus mas não são Deus! Se Deus quiser que abandones todas essas obras colocando-as em suas mãos, faze-o logo e tem confiança nele. Deus o fará infinitamente melhor do que tu. Confiará suas obras a outros que são muito mais capazes que tu. ESCOLHESTE SOMENTE DEUS, NÃO SUAS OBRAS!” [...] págs.: 23, 24
Pra mim, Robério, foi como um novo impacto essa redescoberta, essa dimensão, este discernimento. Aprendi com este testemunho que às vezes é preciso deixar algo incompleto, alguma atividade iniciada com muito entusiasmo encontre dificuldades, missões de alto nível rebaixadas a atividades menores.
Queridos irmãos, aprendamos novamente a deixar DEUS AGIR, ELE RESOLVERÁ TUDO PARA MELHOR.
Lembremo-nos sempre: ESCOLHER DEUS E NÃO AS OBRAS DE DEUS. Ele é o Centro de tudo.
Aproveite, após ler faça seu comentário, deixe seu testemunho sobre o que lhe chamou atenção! Valeu!
Glória a Deus.
Na bênção especial e materna de Nossa Senhora Rainha da Paz
Robério Cavalcante
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